terça-feira, 12 de abril de 2011

O RONDON deixou Saudades.



MINAS e BAHIA em Poço Redondo, 
Mas que calor, 
Todos eles, querem dar o seu amor...

Há tempos, venho tentando por em palavras a belíssima e proveitosa temporada que vivi com o PROJETO RONDON. Como acadêmico, me ouso a afirmar que talvez esta tenha sido a mais enriquecedora experiência que obtive sendo aluno da UESC. Para aqueles que não conhecem, o Projeto RONDON “é um projeto de integração social que envolve a participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem o bem-estar da população e busca aproximar esses estudantes da realidade do País, além de contribuir, também, para o desenvolvimento das comunidades assistidas”. Como diria um dos coordenadores da equipe UESC/Poço Redondo (Guilhardes), só percebemos como é imenso o projeto quando estamos todos reunidos. É gente de todo canto do Brasil, reunimos todas as cores, raças, religiões, cheiros, cabelos, odores, vícios, culturas e todos com o mesmo intuito: tentar promover _na verdade tentar não!_ promover o bem estar social de uma forma que a população beneficiada nunca venha a esquecer o quanto significativa é esta parceria.


Recreação Infantil - Júnior Fontes 

O que mais importa no RONDON não é ilusão que estarmos levando cultura, conhecimento, luz a povos que vivem perdidos na Idade Média e que necessitam de uma transição e transformação que apenas o Iluminismo pode promover para o local, mas sim, o que conseguimos absorver de conhecimento da área, dos povos, dos costumes, crenças e muito mais. O meu RONDON (posso chamar-lo assim, rs.) aconteceu em Poço Redondo, Sergipe, terra cercada pela história do cangaço, terra de Lampião, Maria Bonita, Corisco, Coronéis e outras figuras que circulam este cenário. Terra marcada e castigada pela seca, caatinga, cactos (seus espinhos), pela falta de água e saneamento básico, falta de políticas publicas (...). Esquecida pelo tempo, mas que por traz de tudo isso, esconde um povo acolhedor, sofredor, sorridente, povo bonito e inteligente.

Mas, o que mais me fascinou no RONDON foram as relações construídas no decorrer da trajetória, os dormitórios no Batalhão dos Caçadores, a falta de água, a quantidade de pessoas que tinham de todo o Brasil: baianos, mineiros, pernambucanos, paranaense, paraibanos, sergipanos, alagoanos, cariocas e por ai vai. E todos juntos com a mesma finalidade, fazer o bem, ajudar ao próximo e da melhor forma possível. Nós Rondonistas por convicção, temos a plena consciência que nem de longe a ação do RONDON é suficiente para sanar todos os problemas sociais da determinada área (no caso do nosso grupo, me refiro a Poço Redondo o município mais pobre de Sergipe). Mas, através de cultura, educação, conhecimentos e oficinas, levamos um pouco de esperança a uma população que muitas vezes se acham esquecidas pelo resto da nação, pelas políticas públicas e por ai vai.

Minas e Bahia

Dentro da medida do possível tudo foi lindo (...): os almoços cheios de moscas, a falta de água, a culinária sergipana carregada no óleo e na carne gorda, requeijão, queijo, mandioca, batata doce e pão. Culinária tão diferente da nossa bahiana e da culinária sutil e leve dos mineiros, que coitados não conseguiam mais ouvir falar, comer e sentir cheiro do nosso saboroso e carregado coentro.

Para aqueles que não sabem, o RONDON é um desses programas de reality, mas com um cunho social enorme, diferente dos Big Brother e Fazendas da vida que nada oferecem de produtivo a sociedade a não ser, uma alienação e/ou castração dos direitos aos programas de qualidade. Programas estes que nos furtam um bom jornal, programa, seriado, documentário, entrevista e assim sucessivamente (perdão aquelas pessoas que vivem presas a isso, mas é apenas uma forma de comparação). Viver no RONDON é viver sobre os olhares de várias pessoas, afinal, quer saber quem são as pessoas que você conhece? Conviva com elas alguns dias. Aprendi a dizer que: as amizades que o RONDON constrói ninguém destrói, entretanto, as amizades que o RONDON destrói ninguém constrói. Sendo assim pude desfrutar da companhia de pessoas belíssimas que me marcaram pelo resto da minha vida, boa parte desta temporada não foi pior agradeço a belíssima Lú Hermeto que esteve comigo por todo esta temporada, me apoiando nas mais diversas atividades, desde oficinas com 120 crianças nas praças a oficinas de Origamis ministradas nas salas de aula. 

Luiza Hermeto

Contei também com a ajuda de Lucas Oliveira; grande parceiro e amigo carregado de uma enorme energia e criatividade. Não posso deixar de pensar nas companhias de: Lúiza, Gislaine, Jamille, Dayane, Marise, Ariel (grande parceiro que descobrir lá), Guilhardes e Aldneto (coordenadores da equipe da UESC). Enfim, a todos os integrantes da equipe da UESC e da João Pinheiro (Jú Morena, Jú Loira, Luiza Hermeto, André, Emanuelle, Camilla, Letícia Cancela e Luiza - Professora). Em alguns momentos uns ministrando suas próprias  oficinas em suas respectivas áreas ou não, em outros, apenas ajudando como auxiliar e/ou assistindo como ouvinte. Mas, sempre estávamos antenados de uma forma ou de outra.

Lucas Oliveira

Day e Gladistine 

GRUPO DA UESC- 
Agachados: Guilhardes, Aldneto e Júnior
Em pé: Jamile, Gislaine, Lucas Oliveira, Luiza, Ariel, Day e Marise. 

Como já disse anteriormente, talvez o RONDON seja a mais bela e proveitosa experiência que tive em minha carreira acadêmica e se não for certamente foi a que mais mexeu comigo, tanto como Discente da UESC como quanto pessoa ou cidadão. Foi com o RONDON que aprendi a quebrar diversos preconceitos, logo eu e quem diria?! Amante das lutas, lá, travei o meu maior e mais complexo desafio, o que driblar e vencer as minhas diferenças, meu orgulho, vaidade, a irá pelas coisas e ações que não concordo, EGO (...). Em Poço Redondo aprendi a lidar com o improviso, a partir do momento que tive que esquecer meu planejamento acadêmico para arregaçar as mangas e cair de "fuça" na realidade, não que esta seja totalmente diferente da realidade daqui ( do nosso estado ou região). Aqui também temos: violência infantil, prostituição, índices cada vez mais alarmante de jovens consumindo drogas ilícitas, mortes, taxas altíssimas de natalidade  e por ai vamos. No RONDON aprendi a arrastar o pé no forró; sem pisar no da minha parceira, a tocar triângulo, observei que meu repertório musical é vasto;  graças as farras da minha mãe que num consegue passar um domingo sem ligar o som no volume máximo para ouvir música (nestes momentos só penso na Jússara Morena), conheci o Velho Chico, Curralinho, andei de barco, subir em árvores, chupamos mangas tiradas na hora do pé e desfrutamos das diversas maravilhas da natureza. 


Jússara Morena se acabando 

Tocando Triângulo

Jú Loira, Lú Hermeto, Jú Morena, André, Manu, Letícia, Júnior Fontes

A todos que estiveram comigo nesta fase, muito obrigado! E a Day, meu enorme carinho elevado ao cubo, valeu menina por ter pensado em mim e confiado no meu potencial.

Abraços!


Vejam mais fotos aqui! 

 
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