terça-feira, 24 de maio de 2011

Wagner: o novo “cabeça branca” da Bahia

ADUSC - Associação dos Docentes da UESC, lançou uma matéria sobre o atual governo sua  falta de comprometimento com as UNIVERSIDADES PÚBLICAS no dia 24/05/2011. Confiram!!!

Apelidado de “cabeça branca”, o político Antônio Carlos Magalhães (1927 – 2007) inaugurou a era Carlista que dominou a Bahia por mais de 16 anos ininterruptos. Responsável por boa parte das mazelas educacionais existentes no Estado, o Grupo Carlista foi derrotado nas eleições estaduais de 2006 pelo Partido dos Trabalhadores – PT que trazia a esperança de dias melhores para o povo baiano. Pensou-se, então, que era o fim da sanha Carlista e das políticas nefastas para a educação superior. Enganou-se quem pensou que o atual Governo melhoraria a educação.

As sucessivas crises da educação superior pública no Estado da Bahia apresentam-se hoje de forma mais gritante em um cenário que deveria ser de melhorias. O Estado, detentor do maior PIB do Nordeste, preferiu através do seu gestor adotar políticas, principalmente para educação, que não propõem a superação da herança Carlista, tão criticada e combatida em épocas de afirmação do “projeto” que a esquerda tinha para a Bahia. Nota-se um cenário de total descompromisso com as Universidades Estaduais, onde o governo dito de esquerda tenta se eximir da responsabilidade de garantir a melhoria da educação, pauta histórica dos partidos e militantes da esquerda brasileira e também do PT, que a esqueceu com a chegada ao poder. Os ferozes ataques desferidos as Universidades são de todas as ordens, desde a precarização das condições de trabalho e funcionamento das unidades educacionais até a tentativa de calar os movimentos organizados nas instituições que saem em defesa do patrimônio público. Vários problemas são encontrados nas universidades estaduais, herdados de sucessivos governos carlistas e aperfeiçoados pelo atual: neocarlista e que não vê como prioridade a destinação dos serviços básicos à população, como uma educação de qualidade, por exemplo.

A realidade da Universidade do Estado da Bahia – UNEB é vexatória! A maior Universidade multicampi do Norte-Nordeste, com 24 campi espalhados no Estado (interior e capital), presente em quase todos os 417 municípios baianos através de seus projetos extensionistas, é hoje a principal instituição potencializadora da interiorização do ensino superior e representa a esperança de muitos/as filhos/as da pobreza deste Estado que depositam sua confiança nesta Instituição e que almejam ascensão social, contudo agoniza em virtude da insuficiência de verbas e se mostra incapaz de sustentar o tripé: ensino, pesquisa e extensão. É importante ressaltar que esta expansão da UNEB se deu, sobretudo de forma eleitoreira e irresponsável por parte do Governo do Estado e hoje colhe-se os frutos dessa desordem: a falta de qualidade da educação superior e de estrutura mínima para atender às necessidades de uma Instituição de Ensino Superior – IES.

Atenta e comprometida com a melhoria da educação neste país, sobretudo neste Estado, hoje a categoria docente das quatro Universidades Estaduais da Bahia – UEBA’s encontra-se em greve com uma pauta comum e consensual com todos os segmentos: melhores condições de funcionamento das universidades, apesar de cada categoria possuir suas pautas específicas. Importante, faz-se deixar claro que a opção pela greve docente nas quatro universidades estaduais, enquanto ferramenta de luta, se deu após inúmeras tentativas de negociação com o Governo do Estado e com a imposição do DECRETO 12.583/11 ou AI-5 das universidades, alcunha que recebeu em face de seu poder devastador.

O decreto 12.583/11 que segue o ritmo de contingenciamento do Governo Dilma se apresenta mais feroz na Bahia ao suspender direitos garantidos e conquistados pela classe trabalhadora deste Estado. Assim como o AI-5 que cerceou a liberdade de expressão e os direitos políticos de certos segmentos dando um pontapé na democracia brasileira, hoje o decreto 12.583/11 fere o Estado democrático de direito conquistado por todos nós, slogan do Governo do PT na Bahia, ao subtrair direitos da população baiana e da classe trabalhadora do Estado.

Este decreto mostra sua face mais cruel ao intensificar o sucateamento da educação superior na Bahia. É exatamente esta medida do Governador Jacques Wagner que radicaliza a opção do projeto do PT em não priorizar a educação e o que é mais problemático: desmontá-la. De maneira mais imediata, é possível visualizar nas Instituições de Ensino Superior – IES, laboratórios inadequados, falta de salas de aula, reduzido quadro docente e técnico-administrativo, obras sem conclusão, bibliotecas defasadas, altos custos com aluguéis, ausência de uma política de assistência estudantil que contemple a participação dos estudantes em eventos e a construção de residências e restaurantes universitários, pois não basta apenas a ampliação do acesso ao ensino superior é necessária a garantia da permanência dos estudantes na Universidade.

Neste sentido, os/as lutadores/as da Educação neste Estado que não se furtaram em momento algum da responsabilidade de reivindicar uma educação de qualidade avaliam que a greve existente hoje nas quatro Universidades Estaduais configura-se enquanto uma ferramenta imprescindível de resistência/enfrentamento às nefastas políticas de sucateamento da educação pública na Bahia. Um movimento que merece respeito e que repudia as falsas declarações/propagandas veiculadas na mídia baiana e que não aceita o cinismo diplomático do falso Governo de Esquerda.


Confiram mais matérias aqui, ADUSC.

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