segunda-feira, 28 de junho de 2010

ACADEMIAS


Sábado dia 26/10/2009: vou eu feliz que só para a rodoviária buscar a minha namorada (que hoje encontra-se no papel de minha mulher), pois estava chegando de uma temporada árdua de trabalho em uma terrinha sem lei do interior da Bahia, Coaraci. Sou de Itabuna. E não quero desmerecer a cidade, pois “ItaBUNDA” é interior também. Mas somos a cidade que mais cresce da Bahia, alias, a que mais cresce do Brasil! Somos a que mais cresce no índice que analfabetos, na falta de saúde, na corrupção e principalmente no índice de violência (este fato já confirmado por vários tele-jornais). Opa! Deixe-me voltar para o comunicado ou senão perderei o foco. Ela trazia consigo uma lata de tinta daquelas de 18L, umas lixas e mais algumas sacolas; coisas que eu só não poderia carregar. Daí contratei os serviços de um daqueles carregadores que andam com carro-de-mão pela rodoviária e pedi para que ele levasse as coisas até a frente da rodoviária para que eu pudesse pegar um táxi, quando fui lhe pagar com R$2,00 reais pelos 300m andados ele recebeu com uma cara fechada como se estivesse me respondendo "Só isso!?". Em sequência pegamos um táxi... Massa! Este depois de sair da rodoviária nos revelou que cobraria um tal excesso de bagagem, ou seja, por uma tinta e mais três mochilas médias. O que nos revoltou, mas antes que eu pudesse tomar alguma atitude, ela, a minha mulher, já estava dizendo que era para o senhor parar o carro, pois iríamos descer para pegar outra condução, que isso não existia e que não iria PAGAR nada além do que estivesse marcando no taxímetro. Poxa! Eu confesso que achei de sensacional a atitude dela, por ter dito aquelas coisas para o taxista, que se mostrava acima de tudo um corrupto. A corrida deu uns R$ 5,50 e ele queria nos cobrar R$10,00, o resto pelo tal excesso. Hai ai! 

Domingo dia 27/10/2009: chegou um tio meu do Paraná, que logo me chamou para dar uma volta no seu carro, para que ele fosse lavado por um desses “franelinhas” que encontramos pela grande e linda Beira Rio. Quando pergunto o preço para a suposta lavagem, o rapaz me responde: “Pô patrão, eu dou o grau por R$10,00 'paus'". Eu logo dei-lhe a resposta: esta bem, pode lavar. O rapaz pegou o seu balde e corda e foi colher um pouco da água potável, límpida e cristalina do grande Rio Cachoeira, que por mais que saiba o contrário sempre me vem na cabeça algum tipo de parentesco com o Tietê da grande São Paulo. 

Segunda dia 28/10/2009: saí do meu treino morto de sede e vontade de tomar um sorvete. Caminhando encontro um amigo, lhe faço o convite para irmos juntos, para conversarmos um pouco e fazer umas resenhas. Paramos na praça e em pouquíssimo tempo me aparece um engraxate, daqueles com uma caixa e tudo, cheio de conversa boa e vontade de trabalhar, este logo nos disse: “E aí irmandade, posso engraxar o teu sapato?”. E eu "Não! Estou sem grana". Mas mediante a tanta insistência ele, o meu colega, resolveu lustrar o belo sapato, que na verdade nem sapato era, e sim um tênis. Antes lhe perguntou o valor: “Para o senhor R$ 5,00 “contos”. Mas antes rolou um choro e o negócio foi feito por R$3,00. 

Na terça dia 29/10/2009: fui na academia mais próxima da minha casa, para ver se conseguia um estágio, crente a pensar que daria para fazer uma graninha extra, pois tenho muitas despesas na Faculdade. São gastos com: passagem, almoço, cópias, impressões e mais algumas coisas. Quando me espanto com o valor que muitos donos de academias pagam pelo serviço de um Educador Físico, apenas R$3,00 reais por hora aula. Poxa!!! Mas porque estou estudando tanto? Por que acordo tão cedo parar ir para a aula? Por que me submeto a horas e horas de estudo, com a finalidade de me capacitar para o mercado de trabalho? E quer saber o pior , conheço uns colegas que dizem que o bom é a experiência, que o bom é pegar as “negas” e que eles ganham bem e gostam do que fazem. Mas que merda de experiência é essa?! Para mim quem está adorando a experiência são os donos das academias que devem estar amando pagar uma merda para terem o serviço de um profissional capacitado, formado... Enquanto nós nos submetermos a estas condições de trabalho, donos de academias ganham rios de dinheiro e explorando os nosso trabalho. 

Por exemplo, uma academia de grande porte e que acopla a grande massa burguesa itabunense, tem em média de 150 a 600 alunos, que pagam por volta de R$ 40,00 a 80,00 reais por mês. Então como uma academia que tem mensal um saldo de mais de R$ 15.000,00 pode pagar apenas migalhas aos teus estagiários e profissionais? Cada academia dessa tem em média de 3 a 6 educadores que se revezam nos três turnos. E que recebem menos de R$ 3,00 por hora aula. Mas quem é o culpado por tanta injustiça?! A culpa é recaída ou dividida com a maioria dos clientes, pois estes quando encontram-se no ato de suas matrículas não exigem que a academia tenha profissionais qualificados, com especializações ou estagiários realmente preparados. Mas qual seria a solução para este imenso problema? A solução para este embate seria o trabalho em conjunto dos clientes com os profissionais. Nenhuma academia sobrevive sem seus consumidores de serviços, pois se estes exigirem, estas instituições serão obrigadas a melhorar os seus serviços e condições de trabalho.

Ao mostrar esta realidade aos meus colegas muitos deles me recriminaram por conta da minha atitude em por este texto no Blog, mas infelizmente esta é a realidade que nos enforca e não sou obrigado a bater palmas para tamanha barbárie.

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